segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Bases para o trabalho com juventude: Cuidado


Erroneamente o trabalho daqueles que lideram ministérios com juventude, tem se resumido a realização de bons eventos. Eles são um braço fundamental para a conclusão de um objetivo maior, no entanto, caímos em um erro grave se os enxergamos como o fim em si mesmo. Por experiência própria posso afirmar que é preciso bem mais.

Notei que o culto jovem (ou qualquer outra programação com início e conclusão pré-determinados), por mais interessante que seja não supre a necessidade que o jovem tem de ser cuidado. Esse é o começo e o fim de todo ministério com juventude, a arte de cuidar.

Percebi isso em um culto no qual preguei sobre a cruz. Servi-me de inúmeros recursos visuais. Desde uma cruz de madeira que ficou posicionada ao meu lado durante toda a mensagem até um solo de uma jovem que formou um fundo musical enquanto eu orava concluindo o sermão. No apelo chamei-os a martelarem na cruz (tinha prego e martelo de verdade) um papel no qual escrevessem sentimentos, vícios, emoções, bens e/ou pessoas que eles gostariam de entregar aos pés de Jesus. O culto acabou e no coração existia uma sensação de dever “não” cumprido.

Durante a semana conversei com um dos jovens que foi a frente. Em outras palavras ele me questionou: “E agora?”

Acho que essas poucas palavras servem para nos mostrar que nossa missão se cumpre na continuidade. Ou seja, nossa ação não pode acontecer apenas em um determinado momento e circunstância, ela precisa existir. Vejo isso como uma demanda visível nos nossos dias e, sobretudo no ministério de Jesus que nunca encerrou seu ministério. Tomemos, pois seu exemplo e abracemos a grande comissão (Mateus 28.16 a 20) que nos convida gentilmente a ensinar aos nossos jovens tudo quanto ele nos deixou de forma prática e vivencial através do discipulado.

O discipulado é a idéia de sermos extensões do amor de Deus através do cuidado. No entanto, até o cuidado, se visto como apenas uma atitude de auxílio em uma hora de dor e fragilidade é finito. Porém, se percebemos o cuidado como a essência do relacionamento de amor, mergulhamos num maravilhoso poço sem fim chamado eternidade.

A transformação que desejamos presenciar em nós e naqueles com quem vivemos, só será fruto do nosso ministério quando nos propusermos a fazer discípulos. E essa proposta requer de nós envolvimento e disponibilidade. Envolvimento para nos entregarmos e sermos nós mesmos e não um personagem institucionalizado; e disponibilidade para compartilharmos não só algumas horas, mas a vida.

Não somos chamados para cuidar de multidões. Somos chamados para cuidar de pessoas.


Daniel Bravo

Fonte: http://blogdobravo.wordpress.com/2010/06/14/bases-para-o-trabalho-com-juventude-cuidado/

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